quinta-feira, 10 de maio de 2012

FERTIRRIGAÇÃO


Em geral, a fertirrigação é usada para complementar a adubação de plantio, cujo efeito diminui com o avanço do ciclo de vida da cultura. Portanto, a idéia é aplicar, no plantio, fertilizantes que sirvam de fonte de nutrientes para os primeiros estádios de desenvolvimento da cultura e, após esse período, iniciar as fertirrigações, de modo a ajustar o fornecimento de nutrientes às necessidades das plantas.

Fertirrigação localizada

Abrange os sistemas de irrigação nos quais a água é aplicada diretamente no local de maior concentração de raízes, com pequena intensidade e alta freqüência. No gotejamento, são utilizadas vazões de 2 a 10 L/h, e a água pode ser aplicada na superfície ou na subsuperfície (linhas e emissores enterrados).A irrigação localizada permite o controle da quantidade de água a ser fornecida às plantas e a manutenção da umidade do solo próxima à capacidade de campo, facilitando o manejo da fertirrigação e maximizando a utilização dos nutrientes pelas plantas. Por essas razões, a irrigação localizada é o método mais adequado para a prática da fertirrigação, com a possibilidade de serem aplicados todos os nutrientes de que a planta necessita. A irrigação localizada exige água com boa qualidade, ou seja, livre de microrganismos e de sólidos em suspensão que podem entupir os pequenos orifícios dos emissores. Apenas soluções (fertilizantes dissolvidos em água, formando uma solução clara) devem ser usadas. A água de irrigação pode ser acidificada com vários ácidos (clorídrico, nítrico, fosfórico etc.) com o objetivo de reduzir o entupimento das linhas e dos emissores, entupimento causado por precipitação.
A correção do solo (uso de matéria orgânica, calagem, gessagem, etc.) deve anteceder a fertirrigação. A adição de compostos orgânicos ao solo, em particular, tem papel muito importante: melhora-lhe a estrutura e aumenta-lhe a capacidade tampão, a CTC, a retenção de água, a disponibilidade de nutrientes e a capacidade de quelação.
A coincidência das irrigações com as adubações determinam se a fertirrigação será completa ou parcial ao longo do ciclo de vida da cultura. A injeção do fertilizante deve ser iniciada depois que todas as linhas de irrigação estiverem cheias de água e os emissores atingirem vazão constante, ou seja, depois de 5 a 30 min do início da irrigação. O tempo de aplicação do fertilizante geralmente é de uma a duas horas. Em seguida, a irrigação deve funcionar por tempo suficiente (5 a 30 min) para lavar o sistema de irrigação e deslocar os nutrientes para a camada do solo onde as raízes estão concentradas.


 Principais fertilizantes usados em fertirrigação em Ambiente Protegido

Sal puro ou fertilizante Nutriente fornecido Concentração


dag/kg1/
Nitrato de potássio K 36
N-NO3- 13
Nitrato de cálcio (hydro especial) Ca 17
N-NO3- 12
Uréia N-NH2 45
Sulfato de amônio N-NH4+ 21
S 24
Fosfato monoamônico
(MAP purificado)
N-NH4+ 11
P 21
P2O5 48
Nitrato de amônio N-NH4+ 16,5
N-NO3- 16,5
Fosfato monobásico de potássio K 29
K2O 35
P 23
P2O5 52
Cloreto de potássio branco K 52
K2O 60
Cl 47
Sulfato de potássio K 41
K2O 49
S 17
Sulfato de magnésio Mg 10
S 13
Sulfato ferroso Fe 20
S 11
Ácido bórico B 17
Bórax B 11
Sulfato de cobre Cu 24
S 12
Sulfato de manganês Mn 25
Sulfato de zinco S 21
Zn 22
S 11
Molibdato de sódio Mo 39
Na 19
Molibdato de amônio Mo 54
N-NH4+ 6,8
1/ dag/kg = % (m/m).


     Vantagens
As principais vantagens da fertirrigação são:

–           - Redução dos custos de aplicação; 
             - Evita-se a movimentação de máquinas na lavoura para a distribuição do fertilizante. 
             - Conseqüentemente, não ocorre compactação do solo e danos à cultura durante essa operação;
–    - Os fertilizantes podem ser aplicados com facilidade em qualquer estádio de desenvolvimento da cultura, mesmo em solo úmido, permitindo mais parcelamentos da adubação;
–           - Fertilizantes aplicados mais parceladamente têm menos probabilidade de alterar o equilíbrio de nutrientes no solo e nas plantas;
–           - Nutrientes móveis no perfil do solo podem ser incorporados à profundidade desejada por meio do controle da lâmina de água aplicada;
–           - Redução das perdas de nitrogênio, principalmente por lixiviação e por volatilização;
–           - Redução da contaminação do meio ambiente. Esta vantagem é conseqüência do melhor aproveitamento pelas plantas dos nutrientes móveis no solo;
–           - Em geral, a uniformidade de aplicação dos fertilizantes (independentemente da dose) é superior à que se consegue com os métodos convencionais de adubação. Por isso, é método especialmente eficiente para distribuição e, ou, incorporação de micronutrientes;
–           - Possibilidade de aplicação, numa mesma operação, do fertilizante misturado com defensivo químico;
–           - Na irrigação por gotejamento, os fertilizantes são distribuídos de maneira concentrada – onde também se concentram as raízes – em solo com umidade próxima à capacidade de campo, aumentando a eficiência de absorção dos nutrientes pela planta.

      Desvantagens
As principais desvantagens da fertirrigação são:

–           - Os fertilizantes mais adequados à fertirrigação podem ser mais caros, principalmente na irrigação por gotejamento;
–           - Há risco de contaminação do meio ambiente, se não forem utilizados os equipamentos e as medidas de segurança necessários;  
–           - Há risco de corrosão de partes do sistema de irrigação;
–           - Não se consegue, na irrigação por aspersão, aplicar o fertilizante de forma localizada, o que é desejável em algumas situações;
–           - Exige mais atenção e cuidado no manejo da irrigação.



Fonte:Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes em Mina Gerais- 5ª aproximação.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

TRANSPLANTE DE MUDAS


As mudas de tomate podem ser transplantadas com 4 a 6 pares de folhas definitivas, esse fato ocorre cerca de 20 a 40 dias após o semeio, dependendo da época do ano e da região. Mudas de qualidade garantem o sucesso posterior da cultura. No momento do transplante é importante escolher as mudas de forma uniforme, selecionando aqueles que estiverem livres de pragas, doenças, ou qualquer outro fator que culmine no insucesso do transplante.
É importante que ao adquirir as mudas ou produzi-las, o produtor considere uma quantidade de mudas 10% maior que o necessário. Caso haja necessidade de replantio as mudas devem ser de fácil acesso, evitando que existam diferenças nos estádios de desenvolvimento em relação às plantas que já se encontram no campo.
As mudas devem ser transplantadas a uma profundidade de 10 a 15 cm, sempre deve se tomar cuidado para não gerar danos físicos nas mudas no momento do tranplantio.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO GRUPO

As mudas foram produzidas em ambiente protegido e transplantadas 20 dias após o semeio. Na seguinte data (14/03/2012), as mudas se encontravam com 2 a 4 pares de folhas expandidas. Apesar de parecer um pouco precoce, a decisão de transplante foi tomada a partir da observação das mudas que já se encontravam bem desenvolvidas e até mesmo com sintomas de deficiência de N (amarelecimento das folhas mais velhas).
Foram transplantadas 6 fileiras simples com 24 plantas cada, sendo duas fileiras de cada cultivar (Giuliana, Momotaro e Mascot). O espaçamento utilizado foi de 1m x 0,3m, num total de 144 plantas.
O índice de pegamento foi de 98,6%, sendo necessário o replantio de duas plantas, que foram atacadas por algum inseto, já que estavam cortadas na região do coleto.

Na mesma ocasião foi montado o sistema de irrigação por gotejamento para suplemento hídrico da cultura e por onde serão aplicados adubações de cobertura via ferirrigação.                    

                              



Rafael analisando as linhas laterais da irrigação antes do transplante das mudas.

Samuel transplantado a muda após seleção das mais vigorosas

Professor Derly ajudando os estudantes . " Mão de obra barata"
Visão geral das linhas de irrigação após transplante das mudas.

Detalhe do fechamento da linha de irrigação para evitar vazamento  e da muda com 2 folhas expandidas.


sábado, 5 de maio de 2012

CALAGEM E ADUBAÇÃO PARA CULTURA DO TOMATE EM AMBIENTE PROTEGIDO


ATIVIDADES REALIZADAS PELO GRUPO

Para recomendação de calagem e adubação o grupo baseou-se resultados da análise de fertilidade do solo do ambiente protegido.

Resultados da Análise de Solo

pH
P
K
Na
Ca2+
Mg2+
Al3+
H+Al
H2O
mg/dm3
cmolc/dm3
5,1
63,9
122

4,3
1,2
0,0
3,14
Baixo
Baixo
Bom

Muito Bom
Bom
Muito Baixo
Médio

SB
CTC (t)
CTC (T)
V
m
ISNa
MO
P-rem
Zn
Fe
Mn
Cu
B
S
cmolc/dm3
%
dag/Kg
mg/L
mg/dm3
5,81
5,81
8,95
65
0

2,5
43,3
37,7
31,7
81,7
2,4
0,7





Bom

Médio

Muito Alto
Bom
Muito Alto
Muito Alto
Bom



Calagem

     Para o cálculo de necessidade de calagem  utilizou-se o método de somas de bases para elevar e saturação de bases para 80%( Ve = 80%). O cálculo está apresentado abaixo: 

NC = (80 / 100) x 8,95 – 5,81 = 1,35 t/ha
NC = 1,35 t/ha
     A quantidade de calcário a ser aplicada considerou o SC = 100%, PF = 20 cm e PRNT= 76%. O cálculo está apresentado abaixo:

QC = 1,35 x (100 / 100) x (20 / 20) x (100 / 76)  = 1,78 t/ha
QC = 1,8 t/ha

 Em 50 m² será necessário o uso de 8,88 kg do calcário.          

O calcário foi aplicado a lanço em área total e incorporado com enxada rotativa 7 dias antes do transplante das mudas.  


Adubação Química     

        A adubação da cultura do tomate no ambiente protegido foi baseada na análise de solo, na necessidade de nutrientes no plantio e ao longo do ciclo da cultura e na expectativa de produção, juntamente com a 5ª aproximação (Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais – 5ª aproximação).     

            A tabela abaixo apresenta os valores totais recomendados dos nutrientes em kg/ha, os valores recomendados de cada nutriente aplicado para o plantio e cobertura.

 Quantidade de Nutrientes em kg/ha

N
P2O5
K2O
Total
600
1000
460
Plantio
60
1000
40
Cobertura
540
0
420


      Para adubação com Nitrogênio, Fosforo (P2O5) e Potássio (K2O) utilizamos respectivamente os fertilizantes Sulfato de Amônia, Superfosfato Simples e Cloreto de Potássio.                                                                                                                                                                       A quantidade dos micronutrientes Boro (Bo), Zinco (Zn) e Enxofre (S) estava Bom ou até mesmo Muito Alto, então optamos por não coloca-los no plantio o que é recomendado para cultura do tomate. O teor desses nutriente será acompanhado ao longo do ciclo da cultura.    
      A adubação de plantio foi feita 7 dias antes do transplante das mudas e foi aplicada na linha de plantio.     
     A adubação de cobertura será parcelada de acordo com a necessidade da cultura ao longo do ciclo e será feita via fertirrigação.

  Adubação Orgânica        
Utilizou-se esterco de galinha na dose de 10m3/ha, uma vez que o teor de Matéria orgânica no solo estava baixo. A adubação orgânica é muito importate para melhorar as características físicas, biológicas e químicas do solo, atuando como um suplemento importante à adubação mineral.


Calcário aplicado em área total - Visão do ambiente protegido.

Incorporação com enxada rotativa.

Pessoal esperando enquanto o trator faz o serviço. Só alegria de não ter que incorporar na enxada.

Marcando a linha de plantio

Rodrigo aplicando o adubo no sulco de plantio...


Samuel também

Thamyres "incorporando" o adubo. Pausa rápida para foto.
       
Rafael aplicando o adubo orgânico. Enquanto isso Derly sai de fininho, vamos trabalhar professor!!


quinta-feira, 3 de maio de 2012

CALAGEM E ADUBAÇÃO


       Para as espécies de hortaliças, é importante salientar que o solo, normalmente, necessita receber calagem, adubação orgânica, macronutrientes e também os micronutrientes. Desde que o terreno tenha potencial de produção, para se aumentar a eficiência de utilização do fertilizante é necessário que os demais fatores do sistema produtivo (irrigação, controle de pragas e doenças, espaçamentos, etc.) sejam adequadamente supridos, de tal forma que não se tornem limitantes. Ademais, a adubação das hortaliças necessita ser entendida como parte de um sistema, em que interagem fatores ambientais, genotípicos e humanos (principalmente gerencial), proporcionando o rendimento quantitativo e qualitativo das culturas.
      Objetiva-se com a adubação dos solos fornecer os nutrientes limitantes à obtenção de altos rendimentos das culturas de hortaliças. Com isto, reduzem-se os riscos de produção e aumenta-se a eficiência do uso da terra e da mão-de-obra. Entretanto, quando os fertilizantes são usados excessivamente ou as condições de precipitação são propícias ao lixiviamento ou ao escorrimento superficial deles, há perda de recursos, polui-se o ambiente e a produção não é maximizada.
      As sugestões de adubação apresentadas devem ser entendidas como referenciais, que necessitam ser ajustadas em função do local e do sistema de produção adotado. Também deve ser salientado que a interação entre os nutrientes aplicados ao solo e as pulverizações de agrotóxicos podem induzir sintomas, às vezes, semelhantes aos das deficiências nutricionais, mas, na maioria das vezes, são sintomas de toxidez.

Produtividade esperada: 200 t/ha, para um período de colheita de três meses.

Calagem: Elevar a saturação por bases para 70  a 80 % e o teor de Mg a um mínimo de 0,9 cmolc/dm3.


Método de Saturação de Bases
 Neste método, considera-se a relação existente entre o pH e a saturação por bases (V). Quando se quer, com a calagem, atingir definido valor de saturação por base, pretende-se corrigir a acidez do solo até definido pH, considerando adequado à cultura.      A fórmula do cálculo da necessidade de calagem (NC, em t/ha) é:

NC = (Ve / 100)T – SB
 T = CTC a pH 7 (em cmolc/dm³);SB = Soma de bases (em cmolc/dm³);Ve = Saturação por bases desejada (esperada) para a cultura a ser implantada.       A quantidade de calcário a ser usada (QC, em t/ha), é calculada usando-se a fórmula:

QC = NC x (SC / 100) x (PF / 20) x (100 / PRNT)
SC = Percentagem da superfície do terreno a ser coberta na calagem (em %);PF = Profundidade que o calcário será incorporado ao solo (em cm);PRNT = Poder relativo de neutralização total do calcário a ser utilizado (em %). 



Adubação orgânica: Utilizar, preferencialmente, matéria orgânica de melhor qualidade, tal como húmus de minhoca, na quantidade de 5 m3/ha. Esterco de curral curtido (30 a 50 m3/ha) ou esterco de galinha (6 a 10 m3/ha) também podem ser utilizados.

Adubação mineral de plantio: Aplicar de acordo com a análise química do solo, incorporando à área de plantio, juntamente com o adubo orgânico, cerca de 10 dias antes do transplante, as seguintes doses:

                                                                                                       
Disponibilidade
de P ou de K1/
Doses
P2O5
K2O
--------------- kg/ha ---------------
Baixa
900
80
Média
800
60
Boa
600
40
Muito boa
400
0
1/ Utilizar os critérios de interpretação apresentados em 18.1.1.

Acrescentar à adubação de plantio 1 kg/ha de B, 3 kg/ha de Zn e de 20 a 40 kg/ha de S. Sugere-se um acompanhamento criterioso dos teores de boro e de zinco no solo e nas folhas pela análise química, para prevenir a toxidez dos mesmos.

Coberturas: As coberturas com NPK deverão ser feitas sempre por meio da fertirrigação por gotejamento de acordo com a tabela seguinte:

Época de aplicação
Doses
N
P2O5
K2O
-------------------- kg/ha -------------------
1a a   4a semana
30
80
40
5a a   8a semana
60
48
70
9a a 14a semana
90
36
130
15a em diante
120
0
180


TABELA PARA INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO




Característica
Muito baixo
Baixo
Médio
Bom
Muito bom
------------------------------------ (mg/dm3)1/ ------------------------------------
Argila
(%)
Fósforo disponível2/
60 – 100
< 10,0
10,1 – 21,0
21,1 –  32,03/
32,1– 48,0
>    48,0
35 –   60
< 16,0
16,1 – 32,0
32,1 –  48,0
48,1– 72,0
>    72,0
15 –   35
< 26,0
26,1 – 48,0
48,1 –  80,0
80,1– 120,0
>  120,0
0 –   15
< 40,0
48,1 – 80,0
80,1 –120,0
120,1– 180,0
>  180,0
P-rem
(mg/L)
Fósforo disponível2/
0 –    4
< 12,0
12,1 – 17,2
17,3 –  24,03/
24,1– 36,0
>   36,0
4 –   10
< 16,0
16,1 – 24,0
24,1 –  33,2
33,3– 50,0
>   50,0
10 –   19
< 24,0
24,1 – 33,2
33,3 –  45,6
45,7– 70,0
>   70,0
19 –   30
< 32,0
32,1 – 45,6
45,7 –  63,2
63,3– 96,0
>   96,0
30 –   44
< 44,0
44,1 – 63,2
63,3 –  87,2
87,3–132,0
> 132,0
44 –   60
< 60,0
60,1 – 87,2
87,3 –120,0
120,1–180,0
> 180,0
Potássio disponível2/
< 20,0
21    –50
51    –  904/
91–140
> 140
1/ mg/dm3 = ppm (m/v). 2/ Método Mehlich-1. 3/ Nesta classe, apresentam-se

os níveis críticos para fósforo de acordo com o teor de argila ou do valor do P-rem. 4/ O limite superior desta classe indica o nível crítico.


 Fonte: Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais- 5ª Aproximação