quinta-feira, 3 de maio de 2012

CALAGEM E ADUBAÇÃO


       Para as espécies de hortaliças, é importante salientar que o solo, normalmente, necessita receber calagem, adubação orgânica, macronutrientes e também os micronutrientes. Desde que o terreno tenha potencial de produção, para se aumentar a eficiência de utilização do fertilizante é necessário que os demais fatores do sistema produtivo (irrigação, controle de pragas e doenças, espaçamentos, etc.) sejam adequadamente supridos, de tal forma que não se tornem limitantes. Ademais, a adubação das hortaliças necessita ser entendida como parte de um sistema, em que interagem fatores ambientais, genotípicos e humanos (principalmente gerencial), proporcionando o rendimento quantitativo e qualitativo das culturas.
      Objetiva-se com a adubação dos solos fornecer os nutrientes limitantes à obtenção de altos rendimentos das culturas de hortaliças. Com isto, reduzem-se os riscos de produção e aumenta-se a eficiência do uso da terra e da mão-de-obra. Entretanto, quando os fertilizantes são usados excessivamente ou as condições de precipitação são propícias ao lixiviamento ou ao escorrimento superficial deles, há perda de recursos, polui-se o ambiente e a produção não é maximizada.
      As sugestões de adubação apresentadas devem ser entendidas como referenciais, que necessitam ser ajustadas em função do local e do sistema de produção adotado. Também deve ser salientado que a interação entre os nutrientes aplicados ao solo e as pulverizações de agrotóxicos podem induzir sintomas, às vezes, semelhantes aos das deficiências nutricionais, mas, na maioria das vezes, são sintomas de toxidez.

Produtividade esperada: 200 t/ha, para um período de colheita de três meses.

Calagem: Elevar a saturação por bases para 70  a 80 % e o teor de Mg a um mínimo de 0,9 cmolc/dm3.


Método de Saturação de Bases
 Neste método, considera-se a relação existente entre o pH e a saturação por bases (V). Quando se quer, com a calagem, atingir definido valor de saturação por base, pretende-se corrigir a acidez do solo até definido pH, considerando adequado à cultura.      A fórmula do cálculo da necessidade de calagem (NC, em t/ha) é:

NC = (Ve / 100)T – SB
 T = CTC a pH 7 (em cmolc/dm³);SB = Soma de bases (em cmolc/dm³);Ve = Saturação por bases desejada (esperada) para a cultura a ser implantada.       A quantidade de calcário a ser usada (QC, em t/ha), é calculada usando-se a fórmula:

QC = NC x (SC / 100) x (PF / 20) x (100 / PRNT)
SC = Percentagem da superfície do terreno a ser coberta na calagem (em %);PF = Profundidade que o calcário será incorporado ao solo (em cm);PRNT = Poder relativo de neutralização total do calcário a ser utilizado (em %). 



Adubação orgânica: Utilizar, preferencialmente, matéria orgânica de melhor qualidade, tal como húmus de minhoca, na quantidade de 5 m3/ha. Esterco de curral curtido (30 a 50 m3/ha) ou esterco de galinha (6 a 10 m3/ha) também podem ser utilizados.

Adubação mineral de plantio: Aplicar de acordo com a análise química do solo, incorporando à área de plantio, juntamente com o adubo orgânico, cerca de 10 dias antes do transplante, as seguintes doses:

                                                                                                       
Disponibilidade
de P ou de K1/
Doses
P2O5
K2O
--------------- kg/ha ---------------
Baixa
900
80
Média
800
60
Boa
600
40
Muito boa
400
0
1/ Utilizar os critérios de interpretação apresentados em 18.1.1.

Acrescentar à adubação de plantio 1 kg/ha de B, 3 kg/ha de Zn e de 20 a 40 kg/ha de S. Sugere-se um acompanhamento criterioso dos teores de boro e de zinco no solo e nas folhas pela análise química, para prevenir a toxidez dos mesmos.

Coberturas: As coberturas com NPK deverão ser feitas sempre por meio da fertirrigação por gotejamento de acordo com a tabela seguinte:

Época de aplicação
Doses
N
P2O5
K2O
-------------------- kg/ha -------------------
1a a   4a semana
30
80
40
5a a   8a semana
60
48
70
9a a 14a semana
90
36
130
15a em diante
120
0
180


TABELA PARA INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO




Característica
Muito baixo
Baixo
Médio
Bom
Muito bom
------------------------------------ (mg/dm3)1/ ------------------------------------
Argila
(%)
Fósforo disponível2/
60 – 100
< 10,0
10,1 – 21,0
21,1 –  32,03/
32,1– 48,0
>    48,0
35 –   60
< 16,0
16,1 – 32,0
32,1 –  48,0
48,1– 72,0
>    72,0
15 –   35
< 26,0
26,1 – 48,0
48,1 –  80,0
80,1– 120,0
>  120,0
0 –   15
< 40,0
48,1 – 80,0
80,1 –120,0
120,1– 180,0
>  180,0
P-rem
(mg/L)
Fósforo disponível2/
0 –    4
< 12,0
12,1 – 17,2
17,3 –  24,03/
24,1– 36,0
>   36,0
4 –   10
< 16,0
16,1 – 24,0
24,1 –  33,2
33,3– 50,0
>   50,0
10 –   19
< 24,0
24,1 – 33,2
33,3 –  45,6
45,7– 70,0
>   70,0
19 –   30
< 32,0
32,1 – 45,6
45,7 –  63,2
63,3– 96,0
>   96,0
30 –   44
< 44,0
44,1 – 63,2
63,3 –  87,2
87,3–132,0
> 132,0
44 –   60
< 60,0
60,1 – 87,2
87,3 –120,0
120,1–180,0
> 180,0
Potássio disponível2/
< 20,0
21    –50
51    –  904/
91–140
> 140
1/ mg/dm3 = ppm (m/v). 2/ Método Mehlich-1. 3/ Nesta classe, apresentam-se

os níveis críticos para fósforo de acordo com o teor de argila ou do valor do P-rem. 4/ O limite superior desta classe indica o nível crítico.


 Fonte: Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais- 5ª Aproximação

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