Para as
espécies de hortaliças, é importante salientar que o solo,
normalmente, necessita receber calagem, adubação orgânica, macronutrientes e também os
micronutrientes. Desde que o terreno tenha potencial de produção, para se
aumentar a eficiência de utilização do fertilizante é necessário que os demais
fatores do sistema produtivo (irrigação, controle de pragas e doenças,
espaçamentos, etc.) sejam adequadamente supridos, de tal forma que não se
tornem limitantes. Ademais, a adubação das hortaliças necessita ser entendida
como parte de um sistema, em que interagem fatores ambientais, genotípicos e humanos
(principalmente gerencial), proporcionando o rendimento quantitativo e qualitativo das
culturas.
Objetiva-se com a adubação dos solos fornecer os
nutrientes limitantes à obtenção de altos rendimentos das culturas de
hortaliças. Com isto, reduzem-se os riscos de produção e aumenta-se a eficiência
do uso da terra e da mão-de-obra. Entretanto, quando os fertilizantes são
usados excessivamente ou as condições de precipitação são propícias ao
lixiviamento ou ao escorrimento superficial deles, há perda de recursos,
polui-se o ambiente e a produção não é maximizada.
As sugestões de adubação apresentadas devem ser entendidas
como referenciais, que necessitam ser ajustadas em função do local e do sistema
de produção adotado. Também deve ser salientado que a interação entre os
nutrientes aplicados ao solo e as pulverizações de agrotóxicos podem induzir
sintomas, às vezes, semelhantes aos das deficiências nutricionais, mas, na
maioria das vezes, são sintomas de toxidez.
Produtividade esperada: 200 t/ha,
para um período de colheita de três meses.
Calagem: Elevar
a saturação por bases para 70 a 80 % e o teor de Mg a um mínimo de 0,9
cmolc/dm3.
Método de Saturação de Bases
Neste método, considera-se a relação existente entre o pH e a saturação por bases (V). Quando se quer, com a calagem, atingir definido valor de saturação por base, pretende-se corrigir a acidez do solo até definido pH, considerando adequado à cultura. A fórmula do cálculo da necessidade de calagem (NC, em t/ha) é:
SC = Percentagem da superfície do terreno a ser coberta na calagem (em %);PF = Profundidade que o calcário será incorporado ao solo (em cm);PRNT = Poder relativo de neutralização total do calcário a ser utilizado (em %).
Método de Saturação de Bases
Neste método, considera-se a relação existente entre o pH e a saturação por bases (V). Quando se quer, com a calagem, atingir definido valor de saturação por base, pretende-se corrigir a acidez do solo até definido pH, considerando adequado à cultura. A fórmula do cálculo da necessidade de calagem (NC, em t/ha) é:
NC = (Ve / 100)T – SB
T = CTC a pH 7 (em cmolc/dm³);SB = Soma de bases (em cmolc/dm³);Ve = Saturação por bases desejada (esperada) para a cultura a ser implantada. A quantidade de calcário a ser usada (QC, em t/ha), é calculada usando-se a fórmula:
QC = NC x (SC / 100) x (PF / 20) x (100 / PRNT)
Adubação orgânica: Utilizar,
preferencialmente, matéria orgânica de melhor qualidade, tal como húmus de
minhoca, na quantidade de 5 m3/ha. Esterco de curral curtido (30
a 50 m3/ha) ou
esterco de galinha (6 a 10 m3/ha)
também podem ser utilizados.
Adubação mineral de plantio: Aplicar
de acordo com a análise química do solo, incorporando à área de plantio,
juntamente com o adubo orgânico, cerca de 10 dias antes do transplante, as
seguintes doses:
Disponibilidade
de P ou de K1/ |
Doses
|
|
P2O5
|
K2O
|
|
--------------- kg/ha ---------------
|
||
Baixa
|
900
|
80
|
Média
|
800
|
60
|
Boa
|
600
|
40
|
Muito
boa
|
400
|
0
|
1/ Utilizar
os critérios de interpretação apresentados em 18.1.1.
Acrescentar à adubação de plantio
1 kg/ha de B, 3 kg/ha de Zn e de 20
a 40 kg/ha de S. Sugere-se
um acompanhamento criterioso dos teores de boro e de zinco no solo e nas folhas
pela análise química, para prevenir a toxidez dos mesmos.
Coberturas: As
coberturas com NPK deverão ser feitas sempre por meio da fertirrigação por
gotejamento de acordo com a tabela seguinte:
Época de aplicação
|
Doses
|
||
N
|
P2O5
|
K2O
|
|
-------------------- kg/ha -------------------
|
|||
1a a
4a semana
|
30
|
80
|
40
|
5a a
8a semana
|
60
|
48
|
70
|
9a a
14a semana
|
90
|
36
|
130
|
15a em
diante
|
120
|
0
|
180
|
TABELA
PARA INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO
Característica
|
Muito baixo
|
Baixo
|
Médio
|
Bom
|
Muito bom
|
------------------------------------ (mg/dm3)1/ ------------------------------------
|
|||||
Argila
(%) |
Fósforo
disponível2/
|
||||
60 – 100
|
< 10,0
|
10,1 – 21,0
|
21,1 – 32,03/
|
32,1– 48,0
|
> 48,0
|
35 – 60
|
< 16,0
|
16,1 – 32,0
|
32,1 – 48,0
|
48,1– 72,0
|
> 72,0
|
15 – 35
|
< 26,0
|
26,1 – 48,0
|
48,1 – 80,0
|
80,1– 120,0
|
> 120,0
|
0 – 15
|
< 40,0
|
48,1 – 80,0
|
80,1 –120,0
|
120,1– 180,0
|
> 180,0
|
P-rem
(mg/L) |
Fósforo
disponível2/
|
||||
0
– 4
|
< 12,0
|
12,1 – 17,2
|
17,3 – 24,03/
|
24,1– 36,0
|
>
36,0
|
4 – 10
|
< 16,0
|
16,1 – 24,0
|
24,1 – 33,2
|
33,3– 50,0
|
>
50,0
|
10 – 19
|
< 24,0
|
24,1 – 33,2
|
33,3 – 45,6
|
45,7– 70,0
|
>
70,0
|
19 – 30
|
< 32,0
|
32,1 – 45,6
|
45,7 – 63,2
|
63,3– 96,0
|
>
96,0
|
30 – 44
|
< 44,0
|
44,1 – 63,2
|
63,3 – 87,2
|
87,3–132,0
|
> 132,0
|
44 – 60
|
< 60,0
|
60,1 – 87,2
|
87,3 –120,0
|
120,1–180,0
|
> 180,0
|
Potássio
disponível2/
|
|||||
< 20,0
|
21
–50
|
51 – 904/
|
91–140
|
> 140
|
1/ mg/dm3 = ppm (m/v). 2/ Método Mehlich-1. 3/ Nesta classe,
apresentam-se
os níveis críticos para fósforo de acordo com o teor de argila ou do valor do
P-rem. 4/ O
limite superior desta classe indica o nível crítico.
Fonte: Recomendação para uso de corretivos
e fertilizantes em Minas Gerais- 5ª Aproximação
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